domingo, 31 de março de 2013

EMPREENDEDORISMO - APOSENTADO INVESTE EM NEGÓCIO INUSITADO "PÓS VIDA" E OS NEGÓCIOS ANDAM MUITO BEM, DECLARA.


fotoAposentado e patrão, por que não? A ideia de montar seu próprio negócio depois da aposentadoria é uma saída para aqueles que precisam aumentar a renda ou simplesmente não aceitam a hipótese de ficar “parados”, mas querem ter a liberdade de serem os seus próprios chefes depois de tantos anos como empregados.[...]

O empreendedorismo a partir dos 61 anos representa 4,1% dos cadastrados no programa do Microempreendedor Individual (MEI) em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Sebrae. São 1.882 empreendedores na terceira idade, 289 têm idade acima dos 70 anos.
Depois de “uma vida inteira” como funcionário, a maioria na área de publicidade, Benjamin Bueno de Freitas resolveu virar o jogo e ser o chefe de um próprio negócio. A aposentadoria, aos 65 anos, foi um empurrãozinho para iniciar o empreendedorismo. “Depois que aposenta é uma situação complicada. A vida inteira trabalhando, parece que a cabeça não aceita ficar parada. Aí pra ajudar na renda, que ficou só um salário mínimo, resolvi montar meu negócio próprio. No começo foi difícil, mas não desisti”, conta.
Empreendedor, ele viu uma brecha em um mercado inusitado e resolveu apostar. Benjamin se tornou o “Provedor: Artigos Pós Vida””, fabricante e fornecedor de caixões. “Eu pesquisei e vi que a maioria das funerárias não tem local de estoque grande e as entregas das indústrias de caixões são feitas a cada 60 dias, então, entrei no mercado pra suprir a demanda de alguns poucos que precisem de caixões no intervalo”, explica.
No começo, a ideia de continuar trabalhando e ainda mais com caixões – não pela superstição, mas pelo peso do material – não agradou aos familiares, mas Benjamin já persiste há 10 anos no ramo. “Queriam (a família) que eu fosse lá pra praça ficar jogando dominó”, lembra.
Depois de enfrentar dificuldades, o negócio vai bem e ele garante que ganha “muito mais do que quando era empregado”. A renda média é de R$ 5 mil por mês e os preços dos caixões variam de R$ 200 a R$ 2 mil. Ele fornece caixões para funerárias da Capital e Interior. O estoque fica no quintal da sua casa e tem modelo para todos os gostos. “Tem os tamanhos para atender todas as necessidades, desde o jumbo até o menorzinho (para crianças)”, diz.
A produção também melhorou. Ele não fabrica mais os produtos, mas compra pronto de indústrias. “O material era de fibra, hoje é biodegradável. A fabricação também mudou para evitar acidentes, como a tampa do caixão quebrar”, explica.
Com tanto conhecimento sobre caixões, ele conta que as brincadeiras são inevitáveis, mas que não liga. “Faz parte. Falem bem ou falem mal, mas falem de mim”, brinca.
Seguidor da religião Adventista, ele frisa que para ele os caixões são produtos de venda, como outros quaisquer, e que não alimenta superstições. “Tem gente que passa na frente de casa e faz o sinal da cruz. Tem que respeitar a opinião de cada um”, diz.
Ele ainda lembra que a morte é uma certeza em comum na vida de todos e, por isso, a venda de caixões é um serviço de utilidade.
“Ninguém espera morrer, mas um dia acontece. E se eu não fizer o serviço, alguém vai ter que fazer”, conclui.

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