quinta-feira, 14 de março de 2013

NOTÍCIAS - SEGURO POPULAR DEVE SER REGULAMENTADO ATÉ JUNHO. PREÇO MAIS BAIXO PODE ASSEGURAR MAIS 20 MILHÕES DE AUTOMÓVEIS


O governo vai regulamentar até o final deste semestre o seguro popular de carro, que terá preço até 30% menor do que o tradicional ao permitir consertos com peças usadas, devidamente certificadas.
A modalidade tem potencial de mais que dobrar a frota segurada, já que poderá atingir 20 milhões de automóveis com mais de cinco anos de idade e desprotegidos. No Brasil, 15 milhões de automóveis estão segurados, 28% do total em circulação.[...]

No entanto, 80% destes carros têm até cinco anos de idade, distorção que o governo quer acabar com a criação do seguro popular. “As medidas visam favorecer a contratação do seguro, em especial para carros usados, em que vemos decréscimo significativo da penetração do seguro, produto que se torna proporcionalmente mais caro em relação ao valor do veículo”, disse o superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Luciano Portal Santanna.
As regras já foram desenhadas e serão colocadas em consulta pública no final do mês, para que as seguradoras opinem sobre o tema.
No novo formato, o seguro de automóveis consegue atingir a população que deixa de lado a proteção pelo alto custo. O valor médio da apólice está em R$ 1,7 mil, ante a renda média do trabalhador de R$ 1.820, de acordo com dados de janeiro do IBGE. “Nossas vendas estão concentradas na classe C e perdemos cerca de metade pelo preço”, diz Marcelo Blay, da corretora online Minuto Seguros.
A Porto Seguro tem interesse em atuar com as apólices populares e espera que, se a regulamentação for publicada até junho, lançar seu produto até dezembro. “A disputa neste novo mercado vai ser acirrada”, diz o diretor da companhia, Marcelo Sebastião.
Segunda tentativa
Esta é a segunda tentativa de lançar um produto popular para automóveis. A primeira, em 2006, não obteve sucesso, uma vez que não permitia o uso de peças usadas e exigia a cobertura de responsabilidade civil para terceiros, o que causou desinteresse das seguradoras pela apólice. Pela regra atual, o consumidor terá a opção de contratar o seguro tradicional ou o popular.
Neste último caso, ele terá cobertura para o que achar necessário — se não quiser proteção para roubo, por exemplo, poderá escolher apenas para colisão — e também terá a opção de consertos com peças usadas. “A peça terá certificação de qualidade e de origem feita por uma empresa conveniada ao Inmetro”, afirmou Santanna.
As peças a serem trocadas não poderão ser consideradas itens de segurança, como freio e suspensão. Já itens como portas, pára-choques e pára-lamas poderão ser usados. O que pode ajudar a abastecer o mercado com essas peças é a legislação que disciplina a atividade de desmanche. Dois projetos de Lei, um do Senado (PL 617/2011) e outro da Câmara (PL 23/2011), tratam do tema.
“A empresa que for atuar no desmanche tem de ter autorização e as peças reaproveitadas terão de ser marcadas e integrar um banco de dados nacional”, conta Neival Freitas, diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). “Uma lei como esta na Argentina ajudou com até 60% na redução do índice de roubo de veículos.”
Um segundo passo do mercado será pedir isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 7,38% para o seguro popular de automóvel, segundo Freitas

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